segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Diálogo das Oito e Quarenta e Cinco da Manhã

            A janela que barra o vento e ostenta o relógio velho, eterniza às oito e quarenta e cinco da manhã; o sol ainda fraco não é capaz de iluminar os olhares estáticos e reflexivos de um diálogo imperfeito.
        O que seria essa discussão que está no caminho de quem sobe e desce pelas velhas bases de mármore trincado e por onde mãos deslizam ou deslizaram pela madeira de passado marcado?
           Quem seriam essas duas figuras que de tão importantes foram imortalizadas?
         O tempo passou, pode-se observar claramente pelo estado antiquado do lugar. Aqui pode ser um castelo, um prédio do governo ou até a antiga residência de um dos personagens. Isso já não importa mais, porque o único protagonista é o sol que transpassa essa janela de madeira com cheiro de mofo, de vidros embassados, que ilumina e mantém todo o diálogo das oito e quarenta e cinco da manhã.
      

FOTO: Sebastião Salgado